Planejamento financeiro: como usar o 13º salário para organizar dívidas, poupança e gastos de fim de ano

Com dívidas em alta e consumo sazonal crescente, especialistas explicam como dividir o 13º de forma estratégica para aliviar o orçamento, reforçar a reserva financeira e evitar excessos no fim do ano


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O planejamento financeiro torna-se ainda mais relevante quando o 13º salário chega. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a expectativa é de que o pagamento do 13º injetará cerca de R$ 321,4 bilhões na economia brasileira até dezembro de 2024, de acordo com nota divulgada em 13 de novembro de 2024. 

Esse volume extra pode ser usado como uma oportunidade para reorganizar dívidas, poupar para emergências e planejar os gastos de fim de ano, de forma consciente.


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Ao adotar um planejamento estratégico, é possível usar esse recurso extra para equilibrar as finanças pessoais e evitar que ele seja rapidamente consumido de forma desorganizada.

Passo 1: quitar as dívidas e aliviar o orçamento

Um dos primeiros usos recomendados para parte do 13º é quitar as dívidas, especialmente aquelas com juros muito altos. Por exemplo, os juros do rotativo do cartão de crédito no Brasil chegam a 450,5% ao ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central em janeiro de 2025. 

Além disso, segundo a Agência Brasil, em março de 2025, a taxa média desse rotativo era de 445% ao ano. 

Diante de taxas tão elevadas, usar parte do 13º para pagar dívidas rotativas ou renegociar valores pode aliviar muito o orçamento no ano seguinte. Algumas estratégias:

  • Priorize dívidas com juros mais altos;
  • Negocie diretamente com credores ou em mutirões de renegociação;
  • Evite assumir novas parcelas enquanto quita ou renegocia.

Quitar ou reduzir essas dívidas não só diminui os encargos, mas também libera a renda futura para outros objetivos.

Passo 2: investir em uma reserva financeira

Após lidar com as dívidas mais caras, é prudente reservar parte do 13º para criar ou reforçar uma reserva de emergência. Isso é parte essencial de um bom planejamento financeiro.

Outra métrica relevante para entender a urgência dessa reserva é o endividamento das famílias. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), apontou que, em maio de 2024, 78,8% das famílias estavam endividadas, segundo tese da UCPel, publicada em setembro de 2024. 

Manter uma reserva ajuda a evitar que, futuramente, pequenas crises se transformem em novas dívidas.

Essa reserva pode ser usada para:

  • despesas emergenciais de saúde;
  • reparos em casa ou no carro;
  • reduzir o risco de endividamento, caso haja instabilidade no emprego.

Mesmo aplicar uma parte modesta do 13º para poupar já gera uma base de segurança para o futuro.

Passo 3: planejar gastos e evitar exageros

Com as dívidas mais controladas e uma reserva em construção, você pode reservar uma parte do 13º salário para consumo de fim de ano. Mas isso deve ser feito com consumo consciente, ou seja, evitando gastar tudo sem critério.

Algumas ideias para planejar os gastos:

  • estabeleça um valor máximo para presentes, festas e viagens;
  • faça uma lista e pesquise preços com antecedência;
  • evite compras impulsivas, mesmo em promoções de fim de ano;
  • pense em presentes alternativos mais econômicos, como artesanais ou simbólicos.

Esse tipo de controle ajuda a aproveitar o momento sem comprometer o orçamento dos meses seguintes.

Dicas extras para manter o equilíbrio o ano todo

Para que o controle de gastos e o planejamento financeiro não fiquem restritos ao uso do 13º, vale cultivar hábitos saudáveis de finanças ao longo do ano:

  • acompanhe seus gastos mensalmente, por meio de planilha ou aplicativo;
  • atualize o orçamento sempre que houver mudanças na renda ou nas despesas;
  • estabeleça metas de economia, mesmo que pequenas;
  • continue poupando regularmente, mesmo sem um “extra” como o 13º.

Essas práticas reforçam sua disciplina financeira e ajudam a manter o equilíbrio até o próximo 13º.

Uso inteligente do 13º garante mais tranquilidade financeira

Delinear um planejamento financeiro cuidadoso com o 13º salário significa usá-lo para quitar as dívidas, construir uma reserva segura e ainda aproveitar os momentos de fim de ano sem exageros. 

Com essas escolhas, é possível transformar esse recurso extra em uma ferramenta poderosa para reorganizar as finanças, reduzir a pressão no orçamento e começar o próximo ano com mais estabilidade. Esse tipo de decisão equilibrada mostra que o 13º pode ser muito mais do que um alívio imediato – pode ser um impulso sustentável na sua vida financeira.


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