Ranking revela os 10 investimentos mais buscados pelos brasileiros no Google

Levantamento mostra quais aplicações mais despertaram interesse entre novembro de 2024 e outubro de 2025, indicando avanço da educação financeira, maior busca por proteção e diversificação das carteiras


ANÚNCIOS



Nos últimos anos, o investidor brasileiro tornou-se mais curioso, ativo e exigente, e isso aparece diretamente em seu comportamento de pesquisa online sobre investimentos.  Diante de um cenário econômico marcado por oscilações dos juros, maior oferta de produtos financeiros e avanço de plataformas digitais, cresce a necessidade de entender como as pessoas buscam informação antes de investir. 

Para empresas do setor, acompanhar essas tendências é fundamental para desenhar soluções que convertem interesse em decisões patrimoniais mais conscientes. É nesse contexto que ganham relevância os dados de buscas no Google sobre termos relacionados ao mundo dos investimentos. 


ANÚNCIOS



Uma pesquisa realizada pela Topaz, empresa de tecnologia especializada em soluções financeiras digitais, mostrou os números de buscas para termos relacionados a “investir em”. O levantamento revela quais tipos de investimento mais despertaram o interesse dos brasileiros entre novembro de 2024 e outubro de 2025.

As buscas indicam um movimento crescente de atenção à educação financeira e à diversificação das aplicações. Também revelam uma preferência em produtos tradicionais de renda fixa com alternativas mais sofisticadas e exóticas – um retrato de curiosidade, cautela e busca por rendimento. Confira os dados de buscas no Google no gráfico abaixo:

image

Alguns pontos chamam a atenção e ajudam a compreender o cenário, desde dúvidas práticas até motivações macroeconômicas:

  • a dominância de opções de renda fixa, percebida nas primeiras posições do ranking;
  • a presença de produtos atrelados a moedas e ativos reais (dólar e ouro), possivelmente como proteção contra incertezas;
  • o interesse em franquias, que aponta para uma busca por renda ativa/empreendedora;
  • a manutenção da curiosidade por ações, bolsa e criptomoedas, indicando mistura entre perfil de risco e desejo de diversificar.

Por que o inquilino da própria carteira busca alternativas?

O volume de buscas sugere que muitos brasileiros estão em transição, saindo do entendimento básico de “poupança” para explorar opções com diferentes riscos e liquidez. A ascensão de termos ligados a Tesouro Direto e CDB pode refletir dois fatores simultâneos: o apelo por segurança (títulos públicos) e a atração por taxas mais altas em renda fixa privada. 

Por outro lado, buscas por dólar, ouro e criptomoedas mostram preocupação com proteção contra inflação e volatilidade cambial, além do fascínio por ativos, que, em momentos de alta, oferecem ganhos expressivos.

Franquias surgem como uma categoria distinta: não são investimentos financeiros típicos, mas atraem quem busca transformar capital em um negócio com modelo comprovado. Isso explica por que aparecem em meio a produtos financeiros, pois representam uma alternativa de renda ativa com perfil de risco e retorno muito diferente.

Análise por perfil de risco

O investidor conservador tende a priorizar aplicações em renda fixa e Tesouro Direto, buscando proteção e previsibilidade. Já o perfil moderado combina Tesouro, CDBs e fundos, aceitando certa variabilidade em troca de retornos melhores. 

O investidor agressivo, por sua vez, explora ações, bolsa e criptomoedas, assumindo a alta volatilidade em busca de valorização mais expressiva. Por fim, o perfil empreendedor costuma avaliar franquias e ativos reais, buscando maior controle operacional e geração de fluxo de caixa.

O que é wealth management?

Wealth management, neste contexto, é a abordagem estratégica para gerir o patrimônio de forma integrada, e não apenas escolher produtos isolados, mas planejar objetivos, alocar ativos conforme horizonte temporal, taxação e tolerância a riscos, além de monitorar a performance ao longo do tempo. 

A prática envolve:

  • diagnóstico patrimonial (mapear ativos e passivos);
  • definição de objetivos (curto, médio e longo prazos);
  • construção de carteira balanceada (diversificação por classes e liquidez);
  • revisões periódicas (rebalanceamento e ajuste conforme mudanças macro e pessoais).

Adotar uma postura de wealth management ajuda o investidor, seja o “inquilino” que está começando ou o aplicado com carteira consolidada, a transformar buscas e curiosidade em decisões alinhadas com metas financeiras reais.

Por que cada categoria pode ter aumentado as buscas

  • Tesouro Direto: acesso digital facilitado e campanhas educativas; boa relação risco-retorno para investidores conservadores e iniciantes que buscam alternativa à poupança;
  • CDB/renda fixa/CDI: alternativa às aplicações tradicionais, com possibilidade de rentabilidade superior; atrativo em períodos de aumento de juros;
  • Ações/bolsa: educação financeira e conteúdos sobre day trade e investimentos de longo prazo atraem novos interessados; liquidez e potencial de ganho explicam o interesse;
  • Dólar/ouro: procura por reserva de valor e proteção contra flutuações cambiais e inflação;
  • Franquias: busca por diversificação via ativo que gere renda operacional; apelo entre quem quer empreender sem inventar modelo;
  • Criptomoedas: volatilidade e histórias de valorização, seguidas de ampla divulgação na mídia, alimentam a curiosidade, apesar dos riscos.

Dicas para investidores iniciantes e avançados

Para investidores iniciantes, é essencial montar primeiro um colchão de emergência antes de buscar retornos mais altos. Também é importante priorizar a educação financeira, entendendo conceitos como liquidez, impostos e diferentes cenários de risco. 

Além disso, começar por produtos simples e transparentes, como Tesouro Direto e CDBs com garantia do FGC, ajuda a construir segurança e confiança nas primeiras decisões de investimento. Para investidores avançados, vale praticar o rebalanceamento periódico da carteira, mantendo a alocação sempre coerente com os objetivos e a tolerância ao risco. 

O uso de derivativos deve ser feito com cautela, prioritariamente como instrumento de proteção (hedge), e nunca como aposta principal. Considerar estratégias de gestão passiva, como o uso de ETFs, pode oferecer uma exposição ampla e eficiente ao mercado, fortalecendo a diversificação e o desempenho a longo prazo.

Ferramentas úteis para ambos os perfis: simuladores de rendimento, plataformas que consolidam posições (visão integradora), planilhas de fluxo de caixa e serviços de wealth management que oferecem planejamento tributário e sucessório.

Hipóteses e implicações para o mercado financeiro

O conjunto de buscas sinaliza um amadurecimento gradual do investidor brasileiro: a migração da curiosidade por produtos básicos para uma exploração mais ampla de classes de ativos. 

Isso pode pressionar instituições a oferecerem conteúdos educativos melhores e soluções de fácil navegação. Para gestores e plataformas, a oportunidade está em criar jornadas que transformem pesquisa em aprendizado e alocação responsável.

Por fim, o aumento das buscas não garante aumento imediato de aportes, mas revela intenção e demanda por informação. A transformação desse interesse em decisões financeiras saudáveis dependerá de acesso à educação, produtos transparentes e serviços que integrem planejamento (wealth management) e execução.


ANÚNCIOS